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Credores e devedores se aliam para sair da crise

por Becker Direito Empresarial
09 de Abril, 2015
Ser parceiro do devedor, negociar como credor, a empresa, adquirir um concorrente ou avançar em novos mercados são temas que ficam ainda mais intensificados nestes momentos de crise. A economia enfraquecida, os escândalos de corrupção na Petrobrás, a Operação Lava Jato, a diminuição de oferta de crédito pelas instituições financeiras, a retração das faixas de expansão, o aumento dos indicadores de inadimplência, o Judiciário sem estrutura, e tantas outras mazelas que assolam o país têm levado as empresas para as mesas de negociação para solucionar problemas de inadimplência e buscar outras estratégias para os seus negócios. “Se a empresa é credora, ela não pode simplesmente massacrar o devedor, e com isto eliminar qualquer possibilidade de recuperar seus ativos e valores a receber. Ela deve buscar alternativas e construir caminhos estratégicos, e muitas vezes estar ao lado da empresa devedora como uma forma de fomentar a sobrevivência desta e potencializar os seus resultados favoráveis, reduzindo consequentemente sua inadimplência sem majorar os seus riscos” ensina a advogada Luciana Kishino, sócia do escritório Becker Flores Pioli Kishino – Advocacia Empresarial. Já pelos devedores, segundo Luciana, o raciocínio é o mesmo, pois estes, além da proteção ao seu patrimônio e ativos que muitas vezes são consumidos nestas crises, não podem entrar em aventuras jurídicas ou milagres que muitas vezes são prometidos, indevidamente, e romper os laços com os fornecedores e credores estratégicos, que são essenciais ao seu negócio e estarão lá quando a crise terminar. “Desta forma, o que deve ser crucial nestes momentos é a correta estratégia jurídica e financeira, seja pelo credor, seja pelo devedor”, afirma Luciana Kishino. Segundo a advogada, as consultas e movimentos neste segmento aumentaram em mais de 50% neste primeiro trimestre, em comparação com períodos passados. “As empresas de assessoria financeira também observaram um grande aquecimento, seja pela busca de reestruturação, otimização interna, redução de custos, análise de perfil de dívidas, e outros movimentos”, comenta Marcos Lima, sócio da Go4, empresa especializada em reestruturações financeiras e organizacionais. E um terceiro movimento que apresenta crescimento são as consolidações, fusões e aquisições, por mais estranho que possa parecer isto em momentos de crise. “Como o crédito está escasso, aumento de custos internos, mercado recessivo, câmbio favorável aos estrangeiros, somar forças revela-se uma solução, pois posso unir-me a um concorrente, verticalizar os negócios adquirindo um fornecedor estratégico, fazer aquisições para ampliar mercados rapidamente, aproveitar ativos e negócios que estão mais baratos e outros movimentos, comenta Ricardo Becker, sócio da B2L Investimentos e sócio da área de M&A da Becker Flores Pioli Kishino – Advocacia Empresarial.
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